As cinco fases de qualquer tipo de luto
- Anderson Torres
- 7 de mar. de 2022
- 3 min de leitura
Você sabia que o processo de luto possui cinco fases principais e que todos nós passamos por elas? Passar pelas fases do luto é algo normal, todos nós iremos passar por elas de uma maneira ou de outra, algumas com mais intensidade, outras com menos. Elas são muito importantes no processo de elaboração do luto, seja pela perda de um ente querido, ou qualquer outro tipo de perda, como uma demissão, ou o término de um relacionamento, por exemplo. Ou seja, passar por essas fases nos ajuda a entender o que está acontecendo e nos impulsiona para a nova fase de vida.
As fases acontecem de forma inconsciente, ou seja, não temos consciência alguma de que estamos passando por elas ou sabemos em qual estamos, mas elas seguem uma ordem cronológica que pode variar consideravelmente em relação ao seu tempo de duração. De qualquer forma, todos iremos passar por cada uma delas.

Quais são elas?
A primeira delas é a negação. Logo após receber uma notícia desagradável, seja ela um diagnóstico ruim, o término do relacionamento ou a demissão de um emprego, a primeira reação que temos, e a mais imatura, é negar o que está acontecendo. Quando falamos negar é de fato ignorar que aquilo está acontecendo e buscar justificativas, muitas vezes irracionais. Pensamentos como: “Não, esse diagnóstico está errado. Quero buscar uma segunda opinião”. “Ele(a) vai se arrepender e reatar na semana que vem”. “A empresa não pode me demitir depois de toda a minha dedicação por ela.” Enfim, são diversos os pensamentos que ajudam a negar o que aconteceu.
Depois vem a fase da raiva. Essa é a fase em que ficamos muito revoltados com o que está acontecendo. No fundo, sentir raiva da situação ainda é, muitas vezes, não aceitar o acontecimento. Ainda trata-se de um sentimento imaturo e desadaptativo, mas totalmente normal. Uma vez que ele não permite sentir o que é necessário sentir para a elaboração, no caso, tristeza, medo, arrependimento. Por mais difícil que seja sentir tudo isso, é fundamental senti-lo. Quando esses sentimentos são internalizados e não vividos a tendência é que a pessoa venha a adoecer.
Após sentir raiva, o que começamos a fazer é barganhar/negociar. A barganha ainda é uma tentativa de alterar, também de forma irracional, o que está acontecendo. Trata-se, ainda, de uma não aceitação. Muitas pessoas pedem auxílio a Deus, ou deuses prometendo rezar todos os dias, praticar boas ações, participar de ações sociais, etc caso seu ente querido seja curado. Há quem ofereça suborno aos médicos para que eles curem a doença, prometendo bens materiais para que a pessoa amada aceite-a de volta, ou que a empresa mude de ideia em relação a demissão.
A partir de agora a pessoa começa a, finalmente, aceitar o que está acontecendo. A quarta fase é a fase da depressão. É a fase onde a pessoa começa a apresentar sintomas depressivos, não que ela vai desenvolver o transtorno em si. Essa é a fase na qual o indivíduo entende que sim, a pessoa que amamos, está doente e necessita de tratamento, muitas vezes, invasivo, doloroso e cansativo, por exemplo. Isso por si só já é o suficiente para passar por todas essas fases, afinal, ninguém quer que seu ente querido passe por dificuldade e sofrimento.
Por fim, é chegada a quinta e última fase, a aceitação. A aceitação não significa que a pessoa está aceitando o que aconteceu de uma maneira tranquila e alegre, pelo contrário, junto da aceitação é comum encontrar sintomas muito próximos da fase anterior de depressão, porém mais amenos. Aceitar é entender que essa é a realidade e passar a ser mais racional, objetivo e buscar soluções para o problema ou uma readaptação à nova realidade. Essa é a fase mais adaptativa e madura dentre todas as outras e que pode acontecer, em relação ao tempo, de maneira muito particular de pessoa para pessoa. Como já dissemos diversas vezes aqui no blog, cada um vive o luto de uma maneira muito particular.
O lado bom dos sentimentos não tão bons
Dito isso, passamos por uma importante reinterpretação a respeito dos sentimentos humanos. Quer queira, quer não, somos seres emocionais e elas, as emoções, determinam praticamente tudo o que cada um faz, quem é e como se comporta. Muito mais do que inibir os sentimentos, fugir deles, ignorá-los, é preciso aprender a conviver com eles. Principalmente aqueles que menos gosta, ou compreende.
Sabemos após algumas décadas de estudos que quanto mais eles são inibidos mais as pessoas adoecem, tanto psíquica quanto fisicamente. Muito do processo de autoconhecimento é aprender a conviver com os seus sentimentos e encontrar pontos positivos, mesmo naqueles mais desagradáveis. É necessário aprender a viver um processo de tristeza, se permitir senti-lo, de fato, colocá-lo para fora. Momentos assim, por mais dolorosos que sejam, são importantes, todas as pessoas precisam passar por eles.
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