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Luto na adolescência

  • Foto do escritor: Anderson Torres
    Anderson Torres
  • 10 de ago. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 6 de set. de 2021

Na adolescência as alterações físicas mexem com a autoestima dos jovens. E essas alterações podem sobrecarregá-los ainda mais no processo de luto. Ninguém, especialmente um jovem, deve lidar com o luto sozinho (TANIS,2009).


Muitos adolescentes têm dificuldade de identificar o que sentem, é tudo muito novo. Eles já estão vivendo o luto da perda do corpo infantil (o jovem precisa adaptar-se e acostumar-se com seu novo corpo), a perda da identidade infantil (já não pode mais contar com a proteção que antes era dada por seus pais na infância, e deve acostumar-se com seus novos direitos e obrigações), e – finalmente - a perda dos pais da infância (ele passa a enxergar seus pais de uma forma mais humana e menos heroicizada - forma a qual, até então, estava acostumado). Para cada uma dessas perdas, o processo de luto vai sendo elaborado, desinvestindo a condição passada e dando lugar a uma nova (NEIVA,2004).


Por isso, durante o luto, tendem a se fechar e não exprimir emoções, parecendo indiferentes e fazendo com que, consequentemente, não recebam a atenção devida dos adultos. Por isso a importância das amizades. Elas são capazes de desempenhar um valioso papel, já que são a oportunidade de compartilhar sentimentos, amenizando assim a solidão e favorecendo a elaboração do luto.


A escola (e às vezes o trabalho) também é um ambiente legítimo e necessário. Estes espaços ajudam o jovem a se encontrar, porém, não se deve esperar que o desenvolvimento escolar continue como se nada tivesse acontecido. O luto pode colocar a escola, ou o trabalho, em modo “suspenso”. Isso é normal.


Os adultos devem entender e inclusive encorajar essa troca de prioridades.


Conversar sobre a morte ajuda a dissipar medos e a caminhar em direção à aceitação. Escute sem julgamentos e honre o combinado. Não divida com outras pessoas falas íntimas. Preste atenção também na comunicação não verbal. A ação de ouvir e estar presente envolve olhar nos olhos, inclinar-se em direção à pessoa e manter uma postura aberta (sem braços cruzados) (EISENSTEIN,2005).


Dicas práticas para se lidar com o luto de um adolescente:


Converse sobre a morte: em geral, trazer a morte para a conversa ajuda a dissipar medos e caminha a favor da aceitação;


Estabeleça um vínculo de confiança e confidencialidade: escute sem julgamento e honre o combinado de confidencialidade, não divida com outras pessoas as confissões ou falas íntimas;


Preste atenção à comunicação não verbal: 50% da arte de ouvir e estar presente envolve comunicação não verbal. Olhar nos olhos, inclinar-se em direção à pessoa, manter uma postura aberta (sem braços cruzados);


Fale: “sinto muito”, “estou pensando em você”, “eu me importo”, “eu te amo”, “você é muito importante pra mim”, ‘estou aqui para você”, “quero ajudar”;


Use o nome da pessoa falecida: quando estiver conversando com o adolescente mencione a pessoa falecida citando seu nome;


Acompanhe e siga acompanhando: logo após a morte a rede de suporte é intensa, parentes e amigos estão por perto. Meses depois essa rede diminui, as pessoas retomam suas atividades. Siga acompanhando e dando suporte, não espere que o adolescente tome a iniciativa. Ligue, envie mensagens, faça visitas ou simplesmente convide para um sorvete.


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