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Luto por suicídio e outras situações difíceis: a dor dos que ficam

  • Foto do escritor: Anderson Torres
    Anderson Torres
  • 8 de jun. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 6 de set. de 2021

Nível do conteúdo: básico.


O luto decorrente de suicídio, muitas vezes, é taxado de vergonhoso. Ainda é muito comum considerar uma covardia a pessoa ter tirado a própria vida e/ou julgar a família por não ter conseguido perceber e evitar. Muitas pessoas acreditam que essa pessoa sofreu abandono dos outros membros da família.


Ainda é limitada a compreensão de como o luto por suicídio difere das outras formas de morte súbita, mas muitos estudos tendem a diferenciar as reações de luto em geral daquelas que são específicas após o suicídio (REED, 1998). Jordan (2001) defendeu que a morte por suicídio é a mais problemática e o processo de luto é diferente e mais difícil.


Já o luto pela morte de um criminoso (assassino, estuprador, traficante, etc), geralmente é invalidado pelo estigma de que esta pessoa merecia morrer. De forma similar acontece com as famílias cujos filhos morreram em consequência do uso excessivo de drogas, são igualmente acusadas de negligência por não evitar o que era previsto.


O luto decorrente de situações como as exemplificadas pode provocar repúdio, causando vergonha às famílias que demonstram seu pesar. Muitas ainda escondem o acontecimento, evitam falar sobre o assunto para não ser alvo de julgamentos.


Em um suicídio, a pessoa deixa de ser reconhecida como realmente era. Por exemplo, o “filho estudioso” passa a ser o “filho que se matou”. Quanto mais próxima a relação de quem morreu com o enlutado, maior tende a ser a culpa deste por não ter percebido. Segundo a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídio (Abeps), estimase que 60 pessoas sejam intimamente afetadas por cada morte por suicídio. Família, amigos, colegas, etc.


Famílias que vêem seus filhos perderem para o submundo do crime e não conseguem “trazê-los de volta”, geralmente são culpabilizadas e têm a dor negligenciada já que, aparentemente, sabiam que o fim seria este. Além da dor e do tabu que é o luto, ainda precisam conviver com julgamentos e abandono emocional por parte de familiares, amigos e colegas (DUTRA, 2018).


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Referências

JORDAN, John R. Is suicide bereavement different? A reassessment of the literature. Suicide and life-threatening behavior, v. 31, n. 1, p. 91-102, 2001.


REED, Mark D. Predicting grief symptomatology among the suddenly bereaved. Suicide and Life‐Threatening Behavior, v. 28, n. 3, p. 285-301, 1998.



 
 
 

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