A intencidade do luto
- Anderson Torres
- 5 de mai. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 6 de set. de 2021
Nível do conteúdo: básico.
Neste texto vamos falar sobre a intensidade que o luto pode ter, quais são os sintomas normais e quais sintomas podem acabar se tornando disfuncionais, prejudicando a vida pessoal, ou profissional da pessoa. Existe uma infinidade de tipos de luto e nem todos estão relacionados a perda de um ente querido
É importante ressaltar que o processo de luto se constitui como uma experiência individual, cada pessoa enfrenta e entende as perdas de uma maneira muito particular. Mas, independentemente da intensidade e do tempo em que dura o sentimento pela perda, o luto deve ser respeitado (RAMOS, 2016).
Pode ser um luto encarado de forma normal/natural ou difícil. O suporte de psicólogos e psiquiatras é fundamental para os casos de luto complicados.
Luto Normal ou Natural
Uma perda significativa desencadeia um processo natural que pode incluir a perda temporária de interesse pela vida. A pessoa tende a se isolar socialmente, já que o pensamento se volta quase que exclusivamente para a saudade e a tristeza que sente da falta, do vínculo que se tinha.
O luto natural deve ser vivenciado de forma individual. Lembrando que a aceitação nada tem a ver com esquecer ou fingir que nada ocorreu (KUBLER-ROSS, 2000).

Luto Difícil
Um processo de luto complicado se apresenta quando a pessoa experimenta uma desorganização prolongada pela perda que a impede de retomar as suas atividades com certa qualidade; quando há uma extrema dificuldade em aceitar a perda; quando o enlutado apresenta reações diferentes daquelas consideradas “esperadas” (de acordo com as normas socioculturais de cada comunidade) ou quando essas reações estão totalmente ausentes.
Nestas circunstâncias, o luto permanece não resolvido ao longo do tempo, podendo perdurar por vários anos, e interfere diretamente no estado emocional da pessoa, impactando significativamente a sua vida e rotina. É caracterizado como uma tristeza profunda, duradoura, que além da diminuição dos contatos sociais e distúrbios psíquicos, pode gerar um impacto importante na manutenção da saúde global do enlutado.
Dessa forma, a questão não é não sentir a perda e sofrer por ela, mas como ela é sentida e administrada com o tempo. O luto complicado seria a intensificação do luto até o ponto em que a pessoa se sente sobrecarregada e não transita por esse estado de luto, não apresenta melhora com o tempo. Podemos pensar que a principal diferença entre um luto saudável e um complicado seria a sua duração e intensidade.
O diagnóstico de luto complicado não é tarefa fácil, mas alguns fatores podem nos auxiliar a identificar que a pessoa está vivenciando este processo:
Foco excessivo na perda e lembranças da pessoa falecida;
Intenso desejo ou anseio de encontrar a pessoa;
Dificuldade para aceitar a morte;
Dificuldade para realizar coisas do cotidiano;
Estado de humor permanentemente alterado;
Comportamento antissocial;
Ideação suicida e comportamentos autodestrutivos;
Sentimento que a vida não tem qualquer sentido ou propósito.
Esta sintomatologia também pode ocorrer num processo de luto normal, no entanto, no luto complicado, estes sintomas não mostram sinais de evolução e/ou melhora ao longo do tempo. E, de acordo com a literatura, de 10% a 20% dos casos de luto não seguem o curso normal de acomodação da perda ou, ainda, afirmam que pais e cônjuges são as pessoas mais afetadas com o falecimento do familiar, concluindo que esses públicos seriam os mais propensos a desenvolver um luto prolongado e complicado (PARKES, 1998).
Leia mais: O que é luto?
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